Resumo:A segunda-feira, 27 de outubro de 2025, começou com um forte sentimento de otimismo nos mercados internacionais, após a confirmação de que Estados Unidos e China estão próximos de concluir um novo acordo comercial. A notícia impulsionou bolsas de valores, elevou o apetite por risco e enfraqueceu o dólar americano, favorecendo moedas emergentes e asiáticas.
De acordo com autoridades dos dois países, um acordo preliminar já está delineado e deve ser formalizado durante o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping previsto para esta quinta-feira, na Coreia do Sul. Entre os pontos principais, estão a suspensão das tarifas de 100% sobre importações chinesas e a redução do controle sobre exportações de terras raras, medida que vinha tensionando a indústria tecnológica global.

Publicado em 27/10/2025
Clima de Otimismo Domina o Mercado Global
A segunda-feira, 27 de outubro de 2025, começou com um forte sentimento de otimismo nos mercados internacionais, após a confirmação de que Estados Unidos e China estão próximos de concluir um novo acordo comercial. A notícia impulsionou bolsas de valores, elevou o apetite por risco e enfraqueceu o dólar americano, favorecendo moedas emergentes e asiáticas.
De acordo com autoridades dos dois países, um acordo preliminar já está delineado e deve ser formalizado durante o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping previsto para esta quinta-feira, na Coreia do Sul. Entre os pontos principais, estão a suspensão das tarifas de 100% sobre importações chinesas e a redução do controle sobre exportações de terras raras, medida que vinha tensionando a indústria tecnológica global.
A perspectiva de um desfecho positivo reduziu o temor de uma nova escalada da guerra comercial, criando um ambiente favorável para ativos de risco e pressionando o dólar — que vinha de uma sequência de valorização. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, caiu 0,18%, para 98,77 pontos, refletindo o alívio cambial global.
Yuan e Outras Moedas Asiáticas Ganham Força
O yuan chinês foi uma das moedas que mais reagiram positivamente à notícia. O par USD/CNY caiu 0,17%, e o yuan offshore (CNH) atingiu 7,1028, seu nível mais forte em seis semanas. Antes da abertura dos mercados, o Banco Popular da China (PBoC) fixou a taxa oficial em 7,0881 por dólar, a mais alta desde meados de outubro, sinalizando intenção de fortalecer a moeda e transmitir confiança ao mercado.
A valorização do yuan também refletiu o gesto de boa vontade de Pequim, que vem demonstrando disposição em estabilizar o câmbio e conter a volatilidade antes do encontro com Washington. Segundo analistas do ING, “um renminbi mais forte tende a apoiar moedas emergentes e reduzir a pressão sobre o dólar globalmente”.
O movimento se estendeu por toda a Ásia:
- O won sul-coreano se valorizou 0,5%, com o par USD/KRW em queda.
- O dólar taiwanês subiu 0,3%, refletindo melhora nas exportações tecnológicas.
- O dólar australiano ganhou 0,65%, impulsionado pela recuperação da demanda chinesa por commodities.
- O iene japonês, por outro lado, permaneceu enfraquecido, com o USD/JPY acima de 153,00, devido à expectativa de que o Banco do Japão (BoJ) adie novas altas de juros.
Esse fortalecimento regional indica renovado apetite por moedas asiáticas, impulsionado pela queda das tensões geopolíticas e pela expectativa de cortes de juros nos EUA.
Dólar em Recuo Global com Expectativa de Corte de Juros pelo Fed
O dólar americano perdeu força frente às principais moedas globais após dados de inflação dos EUA virem ligeiramente abaixo das expectativas, reforçando a aposta de que o Federal Reserve cortará a taxa básica em 25 pontos-base nesta semana.
O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 3% em setembro, contra 3,1% esperados, o que levou os investidores a precificar uma probabilidade de 99,6% de corte de juros, segundo o CME FedWatch. Essa expectativa diminui o atrativo do dólar como ativo de proteção e aumenta o fluxo de capital para mercados emergentes e moedas de maior rendimento, como o real brasileiro, o peso mexicano e o dólar australiano.
Analistas do Barclays afirmam que o resultado mais relevante seria “o fim imediato do programa de aperto quantitativo (QT)”, o que liberaria liquidez e estimularia ativos de risco. O cenário reforça a percepção de que a política monetária dos EUA pode entrar em um ciclo de afrouxamento gradual, beneficiando diretamente o mercado forex.
Impacto Direto no Mercado Forex
O clima positivo entre Washington e Pequim teve reflexo imediato no mercado de câmbio global, com moedas de risco se valorizando e o dólar cedendo terreno.
O euro (EUR/USD) subiu 0,15%, chegando a US$ 1,1646, sustentado por dados robustos da zona do euro e pela expectativa de manutenção das taxas pelo Banco Central Europeu (BCE). Já o libra esterlina (GBP/USD) recuperou parte das perdas recentes, voltando a operar acima de 1,33, após seis dias consecutivos de queda.
Entre as commodities, o ouro (XAU/USD) segue pressionado pela retomada do apetite por risco, caindo 1%, cotado abaixo de US$ 4.100 por onça, após perder mais de 3% na semana anterior. O metal, tradicional ativo de refúgio, recuou em linha com o fortalecimento das bolsas e com a redução da demanda por proteção.
No mercado de criptomoedas, o Bitcoin acompanha o otimismo global e avança, mas analistas técnicos apontam resistência na faixa de US$ 116.000, onde pode se formar um padrão de ombro-cabeça-ombro indicando possível correção.
Reflexos nas Bolsas e no Fluxo de Capitais
O otimismo também contagiou os mercados acionários globais, que iniciaram a semana em forte alta. O S&P 500 rompeu a marca dos 6.850 pontos, aproximando-se do nível psicológico dos 7.000, enquanto o NASDAQ 100 se aproximou de 26.000. Na Ásia, o Nikkei 225 e o KOSPI avançaram mais de 2% em um só dia.
Na Europa, o STOXX 600 caminha para uma das semanas mais movimentadas do ano, com mais de 50 balanços corporativos previstos. O aumento do otimismo global favorece a entrada de fluxos internacionais em bolsas emergentes, principalmente na América Latina, onde o real e o peso chileno registram ganhos consistentes frente ao dólar.
Esse comportamento reforça a correlação positiva entre mercados de ações e moedas de risco: quando o sentimento melhora, o dólar tende a cair, e os investidores buscam retornos em ativos de maior volatilidade e rendimento — fenômeno clássico de risk-on.
A Reação da China e as Expectativas Econômicas
Pequim sinalizou que deseja uma relação mais estável com Washington, com foco em reduzir barreiras comerciais e impulsionar o consumo interno. O fortalecimento do yuan e o fechamento das bolsas chinesas em máximas de dez anos refletem essa confiança crescente.
O governo chinês também busca controlar a volatilidade do câmbio antes de medidas estruturais, como a revisão de políticas de exportação de terras raras e incentivos fiscais para reativar a indústria tecnológica e de semicondutores.
Analistas do MFS Investment Management destacam que “o cenário atual indica disposição mútua em evitar nova guerra tarifária, o que favorece tanto os mercados asiáticos quanto os emergentes em geral”.
Oportunidades e Riscos para Traders de Forex
O ambiente atual abre oportunidades, mas também exige cautela e gestão ativa de risco. A melhora nas relações EUA-China tende a fortalecer moedas asiáticas e enfraquecer o dólar, mas qualquer sinal de ruptura nas negociações pode provocar uma reversão brusca.
Entre as moedas com melhor potencial de valorização, analistas destacam:
- Yuan (CNY/CNH): fortalecido pela política do PBoC e pelo avanço diplomático.
- Dólar australiano (AUD/USD): beneficiado pelo aumento das exportações à China.
- Won sul-coreano (KRW/USD): sensível às negociações comerciais e ao fluxo tecnológico.
- Real brasileiro (BRL/USD): pode se valorizar indiretamente, caso o dólar global continue em queda.
Por outro lado, o iene japonês (JPY) segue como moeda fraca, pressionado por política fiscal expansionista e adiamento de elevação de juros pelo BoJ.
Conclusão: Uma Trégua Comercial com Efeitos Profundos no Forex
As novas sinalizações de acordo entre Estados Unidos e China mudaram o tom dos mercados nesta semana, marcando uma virada de sentimento global. O avanço diplomático trouxe alívio para o comércio internacional, valorização de moedas asiáticas e recuo do dólar, reforçando o clima de otimismo no mercado forex.
Ainda assim, especialistas alertam que a sustentabilidade dessa melhora dependerá da concretização do acordo e da orientação futura do Federal Reserve. Caso o corte de juros seja confirmado e o diálogo comercial avance, é provável que o dólar mantenha o viés de baixa nas próximas semanas.
Em um cenário onde o Fed busca equilíbrio, o BoJ enfrenta dilemas políticos e Pequim tenta estabilizar seu crescimento, o forex se tornou o barômetro mais sensível da confiança global. O comportamento das moedas nas próximas sessões indicará se o mercado acredita realmente em uma nova fase de cooperação econômica ou se esta é apenas mais uma pausa temporária em uma disputa de longo prazo.
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