Resumo:O dólar americano (USD) iniciou a semana sob os holofotes. Apesar do corte de 0,25% na taxa de juros promovido pelo Federal Reserve, o discurso de Jerome Powell foi interpretado pelo mercado como hawkish. Isso significa que, embora os cortes estejam em andamento, o Fed ainda vê riscos inflacionários, mantendo espaço para desacelerar o ritmo de flexibilização monetária.

Publicado em 22 de setembro de 2025
O Dólar Americano e o Efeito do Federal Reserve
O dólar americano (USD) iniciou a semana sob os holofotes. Apesar do corte de 0,25% na taxa de juros promovido pelo Federal Reserve, o discurso de Jerome Powell foi interpretado pelo mercado como hawkish. Isso significa que, embora os cortes estejam em andamento, o Fed ainda vê riscos inflacionários, mantendo espaço para desacelerar o ritmo de flexibilização monetária.
Esse posicionamento trouxe impacto imediato ao Índice Dólar (DXY), que formou um pin bar de alta no gráfico semanal. Tecnicamente, isso sugere que o movimento de queda prolongada do dólar pode estar próximo de um esgotamento. Para traders de forex, principalmente no Brasil, isso é crucial: operações vendidas no dólar passam a ter risco elevado de reversão.
Euro: Força Limitada Após Rompimento
O EUR/USD surpreendeu investidores ao romper máximas históricas recentes, chegando a níveis não vistos desde 2021. No entanto, a força compradora perdeu intensidade, e o par recuou, encerrando a semana com um pin bar de baixa.
Esse padrão gráfico sugere que o euro pode passar por uma correção antes de retomar sua trajetória altista. Os níveis de 1,1735 (suporte) e 1,1867 (resistência) são pontos-chave. Um rompimento acima deste último poderia abrir espaço para uma nova onda de valorização.
O que chama atenção é que, mesmo diante de incertezas sobre o crescimento da zona do euro, a moeda se mantém resiliente. Isso indica que o euro está sendo sustentado não apenas por fundamentos internos, mas também pela fraqueza relativa do dólar em prazos mais longos.
Dólar Neozelandês em Forte Queda
Entre as moedas mais frágeis do momento está o dólar neozelandês (NZD/USD). O PIB da Nova Zelândia registrou uma queda de 0,9%, muito abaixo das projeções (-0,3%). Isso fortaleceu as expectativas de recessão técnica, minando a confiança dos investidores.
No gráfico, o par formou um engolfo de baixa próximo de suportes críticos, reforçando o viés negativo. Para traders, especialmente brasileiros, esse cenário cria oportunidades em operações vendidas contra o NZD, seja frente ao USD ou em pares cruzados, como NZD/JPY.
Mercado de Ações em Rali Histórico
Enquanto moedas e commodities enfrentam volatilidade, os índices de ações dos EUA seguem renovando recordes.
- O S&P 500 fechou acima de 6.700 pontos, acumulando mais de 10% de alta em 2025.
- O NASDAQ 100 já sobe mais de 15% no ano e impressionantes 50% desde abril.
Esse desempenho reflete a confiança dos investidores globais nas big techs e no dinamismo econômico dos EUA. Porém, também levanta alertas de que o mercado pode estar entrando em território de sobrecompra.
Para traders de forex, a relação entre o fortalecimento das bolsas e o comportamento do dólar é um fator-chave. Tradicionalmente, ralis acionários tendem a pressionar o USD, mas o cenário atual mostra os dois ativos fortes em paralelo, algo incomum e que merece cautela.
Ouro: O Metal Brilha Acima de US$ 3.600
O ouro (XAU/USD) continua sua escalada impressionante. Após renovar máximas históricas, o metal atingiu a faixa de US$ 3.700 por onça, embora tenha recuado levemente no fechamento.
Os níveis técnicos indicam suporte firme em US$ 3.630, enquanto resistências importantes estão entre US$ 3.740 e US$ 3.800. O rompimento dessa última faixa poderia abrir espaço para a marca psicológica de US$ 4.000 ainda em 2025.
No Brasil, o XAU/BRL segue valorizado em torno de R$ 628,92 por grama, reforçando o ouro como uma das melhores proteções contra a volatilidade do câmbio e da política doméstica.
Prata e Platina: Surpresas Entre os Metais
Embora o ouro seja o protagonista, a prata (XAG/USD) mostrou força ainda maior, atingindo seu nível mais alto em 14 anos. O metal ganhou impulso tanto pela demanda industrial quanto pelo efeito de “ouro dos pobres” — investidores buscam prata como alternativa de menor custo ao ouro.
A platina também rompeu uma resistência de 17 anos, surpreendendo traders que há muito tempo viam o ativo preso em faixas restritas. Para quem diversifica em metais preciosos, isso mostra que o rali não está restrito ao ouro.
Petróleo em Correção
O petróleo WTI enfrentou uma semana de alta volatilidade, mas terminou em queda, cotado próximo de US$ 62,10 por barril. Após testar resistências em US$ 64,40, a commodity recuou diante de dúvidas sobre a demanda global e estoques elevados nos EUA.
Se o suporte em US$ 62,00 for rompido, o próximo alvo pode ser US$ 59,80. Para investidores brasileiros, esse movimento pode ter impacto direto, já que oscilações no petróleo influenciam os preços de combustíveis e, por consequência, a inflação.
Projeções Econômicas da Semana
Diversos eventos podem moldar o forex nos próximos dias:
- EUA: divulgação do Índice PCE, medida preferida do Fed para inflação, e do PIB final.
- Alemanha e Reino Unido: dados de PMIs, importantes para avaliar o ritmo industrial e de serviços.
- Austrália: inflação trimestral, com potencial de mexer fortemente no AUD/USD.
- Canadá: divulgação do PIB, com impacto direto no USD/CAD.
- Suíça: decisão do Banco Nacional, que pode trazer surpresas na política monetária.
O consenso é de que, embora o calendário não traga “bombas” como reuniões de bancos centrais globais, os dados podem gerar picos de volatilidade intradiária.
Comparativos Entre Ativos
- Ouro x Prata – ambos em alta, mas a prata tem maior força relativa no curto prazo.
- Dólar x Euro – dólar tenta recuperação, mas euro mantém resiliência estrutural.
- Petróleo x Ações – queda no petróleo contrasta com rali em Wall Street.
- Kiwi x Loonie – enquanto o NZD afunda, o CAD permanece sólido, refletindo maior equilíbrio da economia canadense.
Essas comparações permitem ao investidor traçar estratégias de arbitragem e identificar oportunidades em pares cruzados.
Impacto Específico Para o Brasil
O investidor brasileiro deve observar três pontos-chave nesta semana:
- USD/BRL – o real pode sofrer pressão adicional caso o dólar global mantenha força, ampliando custos de importação.
- XAU/BRL – o ouro em reais segue como hedge estratégico, atraindo investidores que buscam proteção contra instabilidade fiscal.
- Fluxos de capitais – se os EUA continuarem a atrair investidores para bolsas e títulos, pode haver redução no fluxo para emergentes, limitando a liquidez do mercado doméstico.
Conclusão: Onde Estão as Oportunidades?
O cenário global segue desafiador, mas também cheio de oportunidades:
- Long no ouro e na prata, aproveitando a tendência estrutural altista.
- Vendas no NZD/USD, com fraqueza confirmada pelo PIB negativo.
- Cautela no petróleo, que pode perder ainda mais força abaixo de US$ 62,00.
- Atenção ao euro, que pode corrigir antes de retomar sua trajetória de alta.
Para o trader brasileiro, o momento pede disciplina, gestão de risco e uso de ferramentas de análise técnica e fundamentalista. Em um mercado onde cada dado pode alterar o rumo das cotações, a informação é a melhor arma contra a volatilidade.
Palavras-Chave
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